Câmara de Arujá volta a se mobilizar contra instalação de pedágio em rodovias da região

A Câmara de Arujá voltou a se mobilizar contra a instalação de praças de pedágio nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, após anúncio do Governo do Estado de retomada dos estudos para implementação da cobrança. O Poder Legislativo aprovou Moção de Apelo (156/2023) ao governador, elencando os impactos negativos que serão causados à economia local e regional caso a medida seja efetivada, e convocou a classe política a se unir para defender os interesses dos municípios do Alto Tietê.
Em Sessão Ordinária realizada na última segunda-feira (22/05), os vereadores se revezaram na Tribuna da Casa de Leis para se manifestar.
Vinícius Pateta (Rede), 1º Secretário da Mesa, foi o primeiro a falar. “A região já conta com pedágios na Dutra, no Rodoanel. A instalação de praças na Mogi-Dutra e na Mogi-Bertioga vai encarecer o transporte, os produtos e o custo de vida da população. O impacto maior, sem dúvida, será na geração de emprego”, acredita o parlamentar que prevê uma fuga de empresas e investimentos do Alto Tietê.
“Não podemos admitir isso! É uma arbitrariedade! O que precisamos em nossa região é de investimento, e não de taxas. A palavra de ordem é investimento, pois a nossa população está sofrendo e o Poder Público precisa fazer o seu papel”, destacou Divinei (PL) em seu discurso.
Ele ainda salientou a situação de isolamento dos moradores do Jardim Via Dutra depois que as obras de duplicação da Mogi-Dutra foram concluídas. Atualmente, quem está na rodovia Mogi-Dutra – sentido Arujá-Mogi – e mora no bairro tem de utilizar a rotatória do Jacarandás para retornar e chegar em casa. O mesmo ocorre se alguém aciona a entrega de mercadorias ou serviços de urgência ou emergência, por exemplo.

Vergonha
A principal preocupação dos vereadores arujaenses diz respeito ao trecho entre Arujá e Mogi das Cruzes. O fluxo entre as duas cidades é intenso, principalmente por conta da busca por atendimento hospitalar, estudos e lazer, visto que a rodovia Mogi-Bertioga liga a região ao Litoral Sul do Estado de São Paulo.
“Tínhamos lá atrás, ainda na época do ex-prefeito Abel, um projeto para ‘jogar’ Mogi na Dutra e não Mogi em Arujá. Hoje Arujá recebe o maior fluxo de veículos com destino a SP e ao RJ porque não há um acesso viário adequado. Também enfrentamos problemas de congestionamento e situações como a dos moradores do Jardim Via Dutra. Ou seja, o DER não termina a obra, não atende nossas reivindicações e ainda quer cobrar pedágio. É uma vergonha”, disse Reynaldinho (PTB) em duro discurso na Tribuna.
Ele ainda pontuou o fato de o DER não instalar iluminação nas passarelas, e quando a Prefeitura decide trocar os pontos de ônibus instalados à beira da rodovia – “com recursos do Município” – ainda precisa aguardar autorização do órgão estadual.
Renan de Arujá (PODE) disse que o pedágio será uma “tragédia”. “Somos uma cidade cercada de pedágios e a mais prejudicada será a população”.
“Fico feliz em ver essa Casa se movimentando contra a instalação do pedágio. Em vez de focar na criação do pedágio, o governador deveria focar na reabertura do Pronto-Socorro do Hospital Luzia Pinho de Melo”, disse o petista Genilson Moto.
Paulinho Maiolino (PSD) chamou a atenção para o posicionamento do governo. “Na campanha, ele (o atual governador Tarcísio de Freitas – Republicanos) afirmou ser contra o pedágio na região; agora a coisa se inverteu. Mas se nos somarmos a outras forças políticas, conseguiremos lutar”, conclamou.
Aliás, outro destaque dos discursos dos vereadores foi justamente sobre a necessidade da mobilização de deputados estaduais e federais em favor da região e, portanto, contra o pedágio.
O vereador Gabriel (PSD) reforçou o posicionamento contrário ao pedágio, apelou ao deputado estadual André do Prado (PL), atual presidente da Assembleia Legislativa, que alerte o governador e chamou a retomada dos estudos de “vergonha”. “O Estado de SP é aquele que mais tem pedágio. A gente gasta mais de pedágio do que de combustível para ir a Rio Preto”, exemplificou. Segundo o parlamentar, a duplicação da Mogi-Dutra não previa esse tipo de cobrança.
Em resposta ao colega de Plenário, Abelzinho (PL), presidente da Casa Legislativa, garantiu que André do Prado (PL) é contra o pedágio e afirmou que “lutará até o fim em favor da população da região”.
A Moção de Apelo foi aprovada por todos os presentes e cópias da propositura serão enviadas ao governador, ao presidente da Assembleia Legislativa, à presidência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ao Procurador Geral de Justiça e à Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).

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